No ultimo dia 02 de fevereiro a Igreja celebrou a Festa da Apresentação do Senhor no Templo e o Dia Mundial da Vida Consagrada.
Para nós, religiosos, esta data é muito significativa. Somos chamados a manter viva a chama da vida espiritual e voltar ao ‘primeiro amor’.
O Santo Padre em sua mensagem aos religiosos no ano de 2018, assim se expressou: “A vida agitada induz a fechar as portas ao encontro, mas isso não deve acontecer na vida consagrada, que nasce e renasce do encontro com Jesus como é: pobre, casto e obediente.
Deste modo, enquanto a vida do mundo procura acumular, a vida consagrada deixa as riquezas que passam, para abraçar Aquele que permanece. A vida do mundo corre atrás dos prazeres e ambições pessoais, a vida consagrada deixa o afeto livre de qualquer propriedade para amar plenamente a Deus e aos outros. A vida do mundo aposta em poder fazer o que se quer, a vida consagrada escolhe a obediência humilde como liberdade maior”.
Nossa Mãe, a Serva de Deus Madre Tereza Margarida, foi uma religiosa que sempre buscou viver com muita fidelidade a sua consagração a Deus. Nos seus 67 anos de Carmelo nunca negou nada a Jesus. Mas, procurou sempre fazer aquilo que sabia ser mais agradável a Deus.
Teve a graça de fazer a sua Profissão Temporária e Solene no dia 02 de fevereiro. Ou seja, nesta data Nossa Mãe emitiu os votos, de pobreza, castidade e obediência. Ela mesma em sua biografia nos conta a alegria deste grande dia:
“Graças a Deus, fui recebida para a Profissão temporária, que foi marcada para 02 de fevereiro de 1939. A data foi escolhida por nossa Madre Raymunda. Não havia naquele tempo festa nenhuma na profissão simples. Eu, sempre na pura fé, mas, graças a Deus, procurando sempre a fidelidade ao Amor. Os três anos de votos simples foram marcados pela cruz. A Liturgia, o Ofício Divino, sempre me alimentavam espiritualmente. Para o dia 02/02, minha profissão simples, Dom João mandou-me, numa folha de papel, uma palavra, que me trouxe um clarão de alegria. É o final do salmo 35 (ou 36): “Fica-se saciado, com a riqueza de sua casa. Tu os embriagas com um rio de delícias, pois a fonte da vida está em Ti; e com tua luz, nós veremos a luz.” Foi o que me alegrava nestes três anos de votos simples (de 1939 a 1942). Lia e relia estas palavras, e eram elas alívio, alegria, nestes tempos muito dolorosos para o mundo, para a Igreja, para mim.
Foi minha Profissão Solene no dia 02 de fevereiro de 1942, no mesmo ano em que Edith Stein e Tito Brandsma morriam nos campos de concentração. Naquele tempo, fazia-se assim: a cerimônia de Profissão era na sala do capítulo e somente as Irmãs Professas assistiam. Depois, num dia combinado com a família, celebrava-se a Missa solene, e era imposto na recém-professa o véu preto, numa cerimônia bonita, para a qual tinha, um Cerimonial. Durante o “Te Deum” a Irmã se prostrava num tapete todo florido. Além do véu preto, recebia-se uma coroa de flores, com a qual se passava o dia.
Eu quis, eu pedi, que em mim brilhasse a santidade de Jesus. Que eu morresse Nele, para Ele viver em mim. Sempre aprendi com Ele a agradecer as humilhações, os sofrimentos. E também sempre achei que os merecia, senão naquilo que me acusavam, merecia em outras coisas que Ele sabia.
Todos os dias, pondo o crucifixo sobre o meu peito, eu lhe digo: Imprimi em mim, ó Jesus, a sua imagem”.
Rezemos por todos os religiosos, para que, a exemplo de Nossa Mãe, vivamos a nossa consagração, anunciando a alegria do Evangelho, através da busca do Rosto de Deus.
Irmã Maria Elisabeth da Trindade