A Irmã Tereza Margarida do Coração de Maria, Nossa Mãe, era uma mulher forte na fé. Crer no Deus-Amor era como lançar-se confiantemente nos braços amorosos do Pai. E deixar que o Pai a modelasse para se tornar sempre mais semelhante a Jesus Cristo.
Ao ser escolhida para fundadora do Carmelo, em Três Pontas, Irmã Tereza Margarida deu provas de uma fé robusta. Tudo deveria partir da fé na Providência; as dificuldades seriam imensas, mas não intransponíveis, pois sabia em quem colocava sua confiança.
Sua fé era simples. Radicada na Palavra de Deus, era como a sementinha, que já traz em si a futura árvore. Plantada à beira do riacho, dá flores e frutos em abundância. E quantas pessoas se beneficiaram com essa fecundidade espiritual!
A fé era alimentada pela oração e pelos sacramentos. Absorta no Deus-Amor, como que deixava transparecer a luminosidade da presença de Deus em sua pessoa e em sua vida. Aspirava à intimidade com o Amado, no qual vivia em comunhão contínua.
Sua vida de fé iluminava as Irmãs que com ela conviviam. Essa luz irradiava para as pessoas que a procuravam para um conselho ou um desabafo. Para todos tinha uma palavra amiga e um sorriso. E todos saíam contentes pela promessa de uma oração.
Realizar a novena em preparação ao aniversário da morte da Serva de Deus Tereza Margarida é fazer a memória dessa mulher de fé simples e robusta. É sintonizar com seu carisma de abertura a Deus e aos irmãos. É rogar ao Senhor para que a Mãe Igreja a eleve à honra dos altares.
Com certeza, “Nossa Mãe” também intercede por nós junto a Deus.
Dirigente: Senhor Deus, vimos à vossa presença para vos louvar e agradecer pela vossa Venerável Tereza Margarida do Coração de Maria. Mulher de fé simples, ela depositava plena confiança em vossa divina Providência.
Todos: Concedei-nos o dom da fé, que nos leve a confiar totalmente em vós.
Dirigente: Ela vos agradou pela fecundidade de sua oração, pelo intenso amor a vós e aos irmãos, numa doação constante ao serviço dos outros.
Todos: Concedei-nos o dom da fé, para sermos pessoas de oração e de amor.
Dirigente: Nossa Mãe era mulher de abertura. Mesmo escondida no Carmelo, sintonizava-se com a missão da Igreja e as necessidades do mundo.
Todos: Concedei-nos o dom da fé, que nos leve a amar a Igreja e a ser solidários com os irmãos que sofrem.
Flor do jardim do Senhor
1. Unidos com fé, numa só voz Cantemos ao Senhor nosso louvor. Pela vida de Madre Teresa
Testemunha do Deus-Amor.
Madre Teresa Margarida
Flor do jardim do Senhor.
Intercede, a Deus por nós,
Intercede por nós, “Nossa Mãe”. (bis)
2. Tão jovem deixou sua família
E na messe foi o Reino construindo Sustentada da mais profunda fé Com a Virgem Maria e São José.
3. Coração de criança, alma pura Vocacionada escolheu a clausura No silencio, no amor do Amado Ó chama viva de amor.
4. Da terra da Padroeira
Por Deus foi enviada em missão
Pra fundar com bravura em Três Pontas uma casa de oração.
5. Com seu sorriso gentil Iluminada pela Luz do Senhor Acolhia e a todos sempre ouvia Com o olhar e coração de mãe.
6. A Cristo exaltou com sua vida Pequenina, por Deus escolhida. Para ser neste mundo um sinal De alegria, de paz e humildade.
7. Na oração da perfeita caridade. Amava a Igreja e os seus sacerdotes. Grande exemplo de fidelidade Viveu “nossa mãe” do Carmelo.
8. Suas mãos nunca estavam vazias Mãe dos pobres, de singela grandeza. Junto de Deus e da Virgem Maria. Reze por nós, querida “Mãe”.
O Senhor ama a família.
O amor à família era um dos traços vivos da vida da Venerável.
Nasceu num ambiente familiar alegre e feliz. Seus pais, Sr. Francisco Marques da Costa Júnior e sua mãe D. Mariana Resende Costa, constituíram um lar alicerçado no amor. Dessa feliz união nasceram 12 filhos. Maria Luiza, nome de batismo da Serva de Deus, é a quinta filha que veio ao mundo em 24 de dezembro de 1915, na Cidade de Borda da Mata – MG, às oito horas da noite. Teve um grande privilégio preparado pelo Senhor: além de vir ao mundo na noite de Natal, foi batizada na Igreja dedicada a Nossa Senhora do Carmo, a 10 de fevereiro de 1916, dia consagrado no calendário litúrgico a Santa Escolástica, monja beneditina, irmã de São Bento.
Sua infância transcorreu de forma serena, sempre rodeada de muito afeto, tanto dos pais, como dos avós.
Os pais ficavam felizes de verem os filhos brincando tão unidos, mostrando seus talentos para o teatro, música e cantos. Não havia entre eles ciúmes, brigas e rivalidades.
Para que os filhos pudessem estudar, a família mudou-se para Cruzeiro, numa casa maior, com um grande jardim para as crianças.
Maria Luíza iniciou os estudos e a eles dedicou-se, apesar da dificuldade de adaptação no começo. Recebeu uma ótima formação cristã.
Nesse período, alguns fatos que marcaram sua vida, foi a conversão de seu pai, que visitando a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, confessou-se e fez a Primeira Comunhão. E o chamado de Deus para o sacerdócio, ao seu irmão João, futuro Arcebispo de Belo Horizonte.
Entrou para as “Filhas de Maria”, crescendo seu amor a Nossa Senhora, a São José e a Santa Teresinha, através de um livro que havia em casa: História de uma alma.
Participou como membro ativo da Ação Católica em sua Paróquia. Aprendeu bem a língua francesa no colégio, a música e o piano.
Era obediente aos pais.
Enfim, crescia feliz, aquela que Deus preparava para uma grande missão.
Meu Jesus, tudo por vosso amor.
(Nossa Mãe)
Como tenho vivido minha vida em família, em comunidade?
Dedico-me com responsabilidade às minhas obrigações, trabalho, estudo, orações?
A voz de Deus na alma de Nossa Mãe fez-se ouvir, em uma ocasião em que a família costumava passar alguns dias em Aparecida do Norte. Em suas memórias lemos o fato: “Foi numa destas ocasiões, que eu durante o dia, ia à Basílica, onde havia uma capela do SS. muito recolhida. Ia para lá, e lá ficava feliz em oração. Como saboreava, ó Jesus, sua presença! Como sentia que só Ele poderia encher minha vida!”
Mas, a jovem ainda desejava uma confirmação de seu chamado por parte de Deus. Queria um sinal. Dirigiu-se à biblioteca das Filhas de Maria, com o desejo de pegar algum livro que desse a pista de ser esta a vontade de Deus. Diante da estante, uma moça desconhecida disse para ela: “Este livro é muito bom”. Quando o toma da estante, depara-se com a obra “Memórias da Ir. Elisabeth da Trindade”. Escreveu depois: “Levei-o para casa e comecei a lê-lo. Tudo nele encantou-me, e o Carmelo surgiu em meu coração e nunca mais dele saiu. Elisabeth tornou-se a irmãzinha de minh’alma. Agora já sei que Deus me quer no Carmelo, mas… como chegar até ele?
Lembrou-se então de um Sacerdote Jesuíta que lhe pregara o primeiro retiro no colégio. Escreveu-lhe pedindo orientação. Este recebeu sua carta quando estava exatamente pregando retiro às Irmãs do Carmelo de Mogi das Cruzes –SP.
O caminho estava indicado e aberto…
Mas, quantos foram os obstáculos que teve de enfrentar para realizar seu sonho de tornar-se Carmelita!…
Jesus, eu vos amo e creio no vosso amor por mim! (Nossa Mãe)
Tenho sido dócil às inspirações de Deus?
Como tenho respondido a esse chamado de Amor que o Senhor me faz?
Eu vos dou graças, ó Pai, por que me amais com imensa ternura e bondade recebendo-me no Carmelo – a casa de Maria – e aqui me guardando, sem nenhum mérito da minha parte. Na terra e no céu, cantarei eternamente a Vossa Misericórdia. Nossa Mãe
Deus tem um plano de Amor para cada pessoa. Cada um é livre de responder sim ou não a esse chamado Divino.
Nossa Mãe, em suas memórias, fala das dificuldades que encontrou para entrar no Carmelo, mas não desanimou: “Eu via toda a situação dolorosa em volta de meu grande ideal, como realizá-lo?”
Deus é fiel. Sua palavra fala e faz.
A princípio seu pai não consentia em sua entrada no Carmelo. Temia por sua saúde, pelos rigores de penitências e austeridades vividos aí.
Mas um fato o fez mudar de opinião. Tratava-se de um sonho que sua esposa tivera com a filha visitando a Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Borda da Mata, quando em meio ao sono fora acordada por ele que chegara de viagem e lhe trouxera um rolo de papel, como presente, dizendo que o achara no trem. Aberto o rolo, era uma estampa de Santa Teresinha, no que a mãe viu um sinal de Deus a confirmar a vocação da filha.
Conta em suas memórias: “Papai era uma pessoa retíssima: dando o seu sim, estava disposto a qualquer sacrifício para realizar o que se desejava dele”.
E assim, no dia 29 de maio de 1937, a jovem Maria Luiza, entrou para o Carmelo Santa Teresinha, em Mogi das Cruzes –SP.
Seguiram-se as dores da separação, o último beijo em sua família: “E no dia 28 de maio, de madrugada, deixei meu lar amado, com a bênção de meus pais. Descendo a escada as forças me faltavam e as lágrimas vieram. A mãe heróica, que Deus nos deu, a mim e a meus irmãos, disse-me: Coragem, minha filha!”
A vida no Carmelo foi para ela um início bem difícil. A saudade era grande. Além do mais, as Irmãs não punham muita confiança em sua saúde para a vida austera que então se levava no Carmelo. Restavam-lhe a confiança em Deus e sua fé.
Um grande abalo veio ainda provar sua vocação. O pai morre, no dia 20 de junho de 1937, portanto, a apenas vinte dias de sua entrada no Carmelo. Conhecedora da situação financeira em que vivia a família, com a falência das fazendas de café do avô e o empenho do pai em ajudá-lo, pensa logo como a mãe vai sofrer.
Mas assumiu este desafio na fé. Compreendeu desde aí, que Deus ajudará os seus melhor do que ela poderia fazer. Confia! Entrega sua família nas mãos de Deus.
Jesus, dai-me almas. Tenho sede de Vós!
(Nossa Mãe)
1) Em meio aos sofrimentos da vida. Tenho fé e
confio?
2) Creio no amor de Deus por mim? Creio que Ele
cuida de tudo?
No início de sua entrada no Carmelo, tão desejado e sonhado pela Venerável, logo teve o seu nome trocado de Maria Luiza para Tereza Margarida, e que acrescentou quando recebeu o hábito: “do Coração de Maria”.
Esse nome para ela era na verdade um programa de vida espiritual. Desde então começou a pedir a Nossa Senhora: “Mãe, que o vosso Coração, seja o lugar da união, de Jesus com Tereza Margarida”.
O período de formação transcorreu sereno. Procurava ser fiel a tudo. Era muito querida das Irmãs.
Chegou o momento de seus votos definitivos. Fez a Profissão Solene no dia 2 de fevereiro de 1942.
Começou um novo período em sua vida. Assumiu ofícios de responsabilidade na Comunidade. Dizia: “Fiz sempre o que Deus me inspirou, dei muito amor às Irmãs e vivia as lições e os bons exemplos recebidos em minha querida família, e que Jesus aperfeiçoava, divinizava. Sempre sentia e agradecia a bondade, o amor, a misericórdia d’Ele”.
Nossa Mãe sempre colocou à disposição da comunidade os dons que Deus lhe dera.
Entregou-se de coração às tarefas que lhe foram confiadas.
Dizia em suas memórias: “Sou tão pequenina e Deus me confiou tanta responsabilidade na minha Ordem. Nunca pensei na minha vida ser Superiora, fundadora, mestra de noviças, mas, fui tudo isto pela graça de Deus. Tudo que Deus me pediu eu fiz. Só vivi e vivo para amá-Lo e cumpri tudo com muito amor”.
Assim vivia sua vida no Carmelo. Servindo as Irmãs como ao próprio Jesus. E Ele velava com amor por sua pequenina esposa.
Mas Ele ainda iria pedir-lhe mais…
Espírito Santo, consumi meu ser
nas chamas do vosso amor! (Nossa Mãe)
Coloco à disposição da Comunidade os dons que tenho?
Procuro estar atento em servir aos que precisam de minha ajuda?
O Carmelo Santa Teresinha de Mogi das Cruzes, onde Nossa Mãe viveu os primeiros anos de sua vida religiosa, não oferecia condições favoráveis à saúde das Irmãs. As celas das Irmãs ficaram mal instaladas, de sorte que não recebiam muita luz solar, estando a casa sempre úmida.
O Carmelo de Mogi é então transladado para Aparecida em 1952, cidade de nossa Rainha e Padroeira do Brasil.
Nesse período Nossa Mãe adoece e começa a enfrentar as limitações que a doença pulmonar comporta.
Vivia feliz em seu Carmelo de Aparecida, quando um dia recebe uma grande missão. Ela mesma conta: “Um dia perto da festa de Santa Tereza, nossa Madre chamou-me na hora da oração da tarde e me disse: ‘Monsenhor Mesquita está pedindo a fundação de um Carmelo em Campanha – MG, e, eu pensei na filha. A filha aceita?’ Respondi-lhe, ajoelhada junto dela: “Minha mãe, três tentações eu nunca tive na vida: a tentação contra minha fé, contra a minha vocação e a tentação de ter algum cargo importante, mas,… estou para obedecer. Farei o que a obediência mandar”.
E ao saber que o novo Carmelo seria de São José, ela disse: “Para São José, eu nada posso recusar, porque ele nunca me recusou nada”.
Começam as providências para a nova fundação. E um período totalmente inesperado para Nossa Mãe. Ela abraçou tudo com fé.
Jesus, que cada pulsar do meu coração
seja um ato de amor. (Nossa Mãe)
Estou aberto(a) para a missão que Deus me confia?
Tenho coragem de dizer sim?
Acompanhamos a história de LUZ e de CRUZ que Deus realiza na vida dos santos e agora na vida da Venerável Nossa Mãe.
Ainda, antes de se realizar a fundação do Carmelo de Três Pontas, o Carmelo de Santos pediu que Nossa Mãe prestasse uma ajuda junto às cinco jovens noviças que estavam em formação.
Esteve neste Carmelo por um ano e meio.
Quando, então, já estavam bem adiantados os preparativos para a nova fundação.
A cidade indicada para abrigar o novo Carmelo era a sede da Diocese, Campanha, mas, depois tudo mudou, sendo Três Pontas a cidade escolhida. Monsenhor Mesquita viu nisto a mão de Deus.
Nossa Mãe e as fundadoras deixaram o Camelo de Aparecida entre lágrimas. A imagem de Nossa Senhora do Carmo da Catedral de Campanha foi buscá-las. Passaram na Basílica para despedirem-se de Nossa Senhora e pedir-lhe a bênção para a viagem e para o novo Carmelo.
A cidade as esperava com festa. A carreata seguia para a Igreja Matriz. O carro de Nossa Senhora do Carmo ia à frente. Uma bela procissão luminosa. Tudo para a glória d’Ele.
No início as Irmãs viveram em casas emprestadas de pessoas amigas, até construir o Carmelo definitivo.
A pobreza era grande. Mas nunca faltou a confiança em Deus e a ajuda de benfeitores amigos.
Nos princípios da fundação, morre no Carmelo de Aparecida, a Madre Raimunda que pedira a Nossa Mãe para fundar o Carmelo em Três Pontas. Nossa Mãe aprendeu com essa Madre tudo da vida religiosa, os costumes e normas do Carmelo. E Nossa Mãe até este tempo, era uma religiosa, eco da alma dela, muito apegada às minúcias dos regulamentos, especialmente à clausura. Ela mesma narra o fato: “Por estes tempos, Nossa Madre Raymunda morre, no Carmelo de Aparecida. Recebendo a notícia de sua partida para o céu, fui fazer uma Via Sacra por sua alma. Na 3ª. ou 4ª. estação, uma palavra interior de meu Jesus, mudou-me completamente. Jesus disse: “Não se apegue a regulamentos. Só o Amor é que vale”. Foi esta palavra d’Ele, palavra que fala e faz, palavra que atinge a profundeza do ser, que começou em mim a grande obra d’Ele”.
Nossa Mãe, quando veio para fundação, não havia feito um Programa espiritual para o novo Carmelo. Até que um dia Nosso Senhor a inspirou:
“Lendo a vida de Irmã Maria de Jesus Crucificado, eu me comovi em uma de suas visões, e desejei que fosse assim o novo Carmelo.
a) Eis a visão: “Vi numa casa, crianças vestidas de branco e azul, cantando os louvores de Deus, enquanto, em volta da casa, escutavam-se blasfêmias, relâmpagos, trovões, horrores de guerra, e as crianças não deixavam de cantar Laudate Dominum omnes terra.” Eu pensei: Jesus, que neste Carmelinho, vivamos assim, como crianças, na confiança e alegria de vos amar sob o manto de Nossa Senhora, mesmo que em volta de nós, a tempestade esteja rugindo.
b) Pensei também em trabalhar para despertar nos corações, a compreensão do valor do Santo Nome de Jesus.
c) Monsenhor Mesquita e Padre Virgílio pediram-nos que trabalhássemos pela causa da beatificação e canonização do Padre Vitor. Assim fizemos, e fazemos.
d) Eu pedi ainda a Jesus, “que as pessoas, que visitarem, ou freqüentarem nosso Carmelo, sintam como o jugo d’Ele é suave e seu peso é leve.
As lutas para a construção do novo Carmelo duraram até 1969.
Nossas primeiras Irmãs foram heróicas. Durante esse período de grandes sofrimentos, dívidas e empréstimos, nunca perderam a confiança em Deus. Ele cuidava do que era seu.
Alma santíssima de meu Jesus, eu me uno a Vós.
(Nossa Mãe)
Tenho perseverança na missão que Deus me confiou?
Peço humildemente a Deus o dom da fé?
No Carmelo São José de Três Pontas, como Fundadora, Nossa Mãe arcou com todos os trabalhos iniciais para a instalação da Comunidade. Durante os 68 anos de Carmelo – 43 anos viveu em Três Pontas – foi Priora por 26 anos e Sub-Priora e Mestra de noviças por muitos anos.
As Irmãs que foram suas noviças receberam o espírito do Carmelo muito mais pelo seu exemplo do que por aulas ou palavras. Era uma perfeita Carmelita. Vivia com fidelidade as Leis do Carmelo e tinha em cada Santo Carmelita, um amigo.
Nossa Mãe possuía um carisma que atraia a todos. Mesmo sem sair da clausura conseguia fazer o bem a muitas pessoas.
Sabia acolher aos muitos amigos e necessitados que batiam à sua porta. Abria-lhes o coração para que entrassem e nunca mais saíssem. Fazia-lhes companhia nos momentos de dor e alegria. Sabia ouvir, deixar falar, chorar, expor gostos, anseios, dificuldades e… passava na oração e no atendimento do que era possível, a caminhar lado a lado com a pessoa.
Como testemunhou sabiamente um sacerdote que a conheceu: “O carisma que a tornou conhecida, na cidade, na Diocese e muito confiável ao povo de Deus, foi a SUA CAPACIDADE DE OUVIR E ACONSELHAR. FALAVA POUCO, MAS DIZIA TUDO. Ora pessoalmente, ora através de cartas, quando não tinha forças para manter o diálogo, devido à sua fragilidade pela doença. Os seus conselhos eram de inspiração Divina e tudo que orientava no caminho a seguir dava certo, principalmente em questões familiares, dramas e dores”.
Raramente as pessoas se referiam a ela como Ir. Tereza Margarida. Para todos, era a “NOSSA MÃE”, como até hoje.
Tudo em sua vida foi Amor e Louvor: “Compreendo e experimento cada vez mais, que só o Amor salva, santifica, agrada a Santíssima Trindade, nosso Deus-Amor. Porque o Amor é força, é doação ao irmão, é a vida em Deus, com Deus, para Deus, que nos pede amor e nos dá amor”.
Jesus, ensinai-nos a amar na alegria e na dor, sempre.
(Nossa Mãe)
1) O que Nossa Mãe ensina para mim hoje através de seu
exemplo?
2) Busco também o Amor acima de tudo?
“Como é bom estar nas mãos,
no coração de nosso Deus!”
Viveu e morreu de amor
Foi encontrar-se com o Amado do seu coração na madrugada do dia 14 de novembro de 2005. A enfermaria do Carmelo tornou-se um Santuário onde só se respirava a paz.
Na Ordem Carmelitana, comemora-se nesse dia a Festa de Todos os Santos Carmelitas.
Sofreu com o câncer numa atitude de total resignação e abandono.
As Irmãs que conviveram de perto com ela dão testemunho: Tudo o que fazíamos para ela, no período de sua enfermidade, agradecia com o mais belo sorriso. Seu sorriso enchia de paz a nossa alma. E quando queria expressar mais ainda sua gratidão, dizia: “Eu tenho em cada filha um anjo bom”.
Trazia sempre consigo uma relíquia do Beato Pe. Victor, de quem era muito devota.
Foi recebida no céu por uma multidão enorme de nossos Irmãos que também consagraram a vida a Deus, vivendo em obséquio de Jesus Cristo, com puro coração e reta consciência, e se consumiram de ardente zelo pelo Senhor Deus dos exércitos.
Em suas memórias escreveu: “No céu, cada alma tem um nome – nome novo. Não sei como Vós me chamareis, mas… eu gostaria de chamar-me: Confiança em meu Deus. Prefiro confiar muito e não receber o que Vos peço, do que descrer, deixar de confiar num instante sequer, em Vosso amor misericordioso, magoar-Vos por minha desconfiança e depois receber Vossos dons”.
Sua confiança sem limites levou-a a entregar-se sem reservas a Deus. “A morte em vida trocou-se para mim”.
Meu Deus, tirai-me de mim mesma e lançai-me em Vós.
( Nossa Mãe)
“Não sabeis nem o dia nem a hora que o Senhor virá”. Estou preparado para o encontro com Deus?
Nossa Mãe pedia: “Meu Deus, tirai-me de mim mesma e lançai-me em Vós”.
Tenho procurado viver continuamente na presença de Deus, ou fico somente em volta dos meus problemas?
“O céu é a verdadeira Pátria… Pátria de Amor de alegria, do louvor! E Maria é a Porta do céu!”
Com a partida de Nossa Mãe para Deus, sua presença e intercessão se fizeram sentir ainda mais fortes na vida daqueles que a conheceram.
Começaram a chegar ao Carmelo testemunhos de graças alcançadas por sua intercessão.
Seu túmulo era continuamente visitado por um número sempre maior de pessoas.
Padre Paolo Lombardo, então Postulador do Processo de Beatificação Beato Padre Victor, teve a alegria de conhecer Nossa Mãe e ter por ela uma amizade e grande admiração. Percebia sua santidade.
Passados cinco anos de sua morte, tempo mínimo exigido pela Igreja, Padre Paolo reuniu a Comunidade para saber se as Irmãs estavam de acordo com a abertura do Processo. A aceitação foi unânime, pois todas viam em Nossa Mãe uma santa.
Os primeiros passos foram dados. Nosso Bispo Dom Diamantino Prata de Carvalho fez o pedido a Roma. Passados apenas quatro meses, o atual Postulador Paolo Vilotta entrou em contato com o Carmelo informando a aprovação pela Congregação das Causas dos Santos.
Tomada de um misto de alegria e responsabilidade a Comunidade reuniu-se para agradecer a Deus essa graça. Foi um presente dos 50 anos do Carmelo.
Fez-se a exumação em que os restos mortais de Nossa Mãe foram transladados do cemitério para o Carmelo, passando por um processo de conservação.
Enfim, no dia 4 de março de 2012, a cidade de Três Pontas parou para participar de um acontecimento que ficará para sempre gravado em sua história: A abertura do Processo de Beatificação da Venerável Madre Tereza Margarida do Coração de Maria – Nossa Mãe.
Dia de céu! Dia de graças para Três Pontas! Nem parecia Tempo da Quaresma e sim pleno Tempo Pascal. Tudo falava de vida e alegria.
A urna contendo os restos mortais de Nossa Mãe ficou exposta na Matriz Nossa Senhora d’Ajuda, a fim de que os fiéis pudessem chegar perto de suas relíquias para rezar, pedir, agradecer, e sentir mais uma vez sua presença amiga e santa.
Em uma liturgia preparada com esmero e unção espiritual, nosso Bispo presidiu a Santa Missa, concelebrada por vários sacerdotes, contando com a presença de várias religiosas da Diocese e Irmãs de outros Carmelos e um grande número de devotos.
O Bispo nomeou o Tribunal Eclesiástico para colher depoimentos das testemunhas e a Comissão Histórica que está pesquisando a documentação desde o nascimento até a morte da Serva de Deus. Quando as duas comissões investigativas concluírem seus trabalhos, o Processo de Beatificação entrará na fase romana.
Dom Diamantino destacou três elementos importantes em um processo de beatificação. O primeiro é a oração. Pediu que todos rezassem pelo bom êxito do processo. Depois, a comunicação. Pediu aos fiéis que comuniquem com o Carmelo, sede diocesana da Causa de Nossa Mãe, algum milagre extraordinário para que seja estudado e que se comprovado possa ajudar no andamento. Por último vem a colaboração. Dom Diamantino lembrou que o procedimento é caro e que os devotos sejam generosos e que dêem a sua contribuição diretamente no Carmelo São José.
Durante a procissão de volta para o Carmelo, foi grande a manifestação e carinho do povo, que expressou de várias formas o seu reconhecimento, amor e devoção: com palmas, cantos, enfeites e flores nas ruas e casas, chuva de pétalas de rosas…
A capelinha onde ficam os restos mortais de Nossa Mãe é constantemente visitada.
Já existem vários relatos de graças…
Aguardamos o milagre que irá finalmente elevar Nossa Mãe aos altares, sendo enfim, reconhecida oficialmente pela Igreja.
Que a Venerável Madre Tereza Margarida – Nossa Mãe, interceda por nós! AMÉM!
Jesus, que eu conquiste para vosso amor
todos aqueles que se aproximarem de mim. (Nossa Mãe)
De que forma tenho ajudado no Processo de Beatificação da Venerável?
Qual o propósito que faço ao terminar esta Novena?
Trindade Santa, vós ornastes vossa serva, a Venerável Madre Tereza Margarida do Coração de Maria, Nossa Mãe, com inúmeras virtudes. Nutria profundo amor a Vós e ao próximo, acolhia e escutava a todos que a ela acorriam e, sorrindo, procurava fazer o bem. Confiando em sua intercessão, peço-vos a graça de que necessito (…) E se for para vossa glória e o bem da Igreja, suplico-vos que ela seja elevada à honra dos altares. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!
Glória ao Pai… (3X