O desejo de seu coração tornou-se realidade NESTE ULTIMO DIA 16 de outubro de 2016, a Beata Elisabeth da Trindade, grande mística do Carmelo, FOI inscrita no Álbum dos Santos. Imensa alegria para toda a família carmelitana! Desde o primeiro momento, quando deparei-me com a Doutrina Espiritual de Elisabeth da Trindade, do Padre Philipon, senti-me totalmente identificada com sua espiritualidade e, desde então, tornamo-nos grandes amigas.
Seu itinerário espiritual todo centrado no próprio coração da Trindade faz-nos experimentar o que era o seu segredo mais íntimo “dizer a todas as almas que fonte de força, de paz e de felicidade encontrariam se consentissem em viver nessa intimidade” das pessoas divinas. Antecipando, por assim dizer, a eternidade, a vida dos bem-aventurados: “Deus em mim, e eu nele” deve ser o nosso lema. Que jubiloso mistério a presença de Deus dentro de nós, neste íntimo santuário das nossas almas onde sempre podemos encontrá-lo, também quando não percebemos mais sensivelmente a sua presença! Que importa o sentimento? Talvez ele esteja também mais perto, quando menos o sentimos”. As palavras do apóstolo São Paulo, iluminaram e desvendaram-lhe o cerne de sua vida e missão na terra: “ser o louvor de sua glória” (Ef 1,12). Para ser louvor de sua glória – dirá ela – é preciso morrer a tudo o que não é Ele, a fim de vibrar sob seu toque”. Sabemos que esse caminho não acontece senão na cruz. Elisabeth desaparece, esvazia-se, desapega-se de tudo: “É aos pés da cruz que a gente sente em profundidade todo esse vazio das criaturas, essa sede infinita d´Ele. Eu sou ‘Elisabeth da Trindade’, ou seja, a Elisabeth que desaparece, que se perde nos Três e se deixa invadir por Eles”.
Tudo no Carmelo a leva para Deus: os jardins, os claustros, a cela, o hábito, o silêncio, o recolhimento, a regra, enfim, “o Carmelo é o melhor país do mundo”. Palavras de uma pessoa feliz. Para mim, pessoalmente, a Beata Elisabeth é o modelo de uma verdadeira Carmelita, da alma esposa de Cristo, a Ele oferecida como vítima de amor. Voltemo-nos para o íntimo de nossa alma e digamos como a Beata Elisabeth da Trindade: “Vivamos de amor para morrer de amor e glorificar a Deus, todo amor”. Irmã Maria Elisabeth da Trindade, OCD (Carmelo São José – Três Pontas – MG)